Acompanhante Terapêutico:indispensável na recuperação do dependente
Acompanhantes terapêuticos são indispensáveis na difícil tarefa de reabilitar dependentes de drogas, Portanto, integram a equipe da Clínica Greenwood, em São Paulo, explica o psiquiatra Pablo Miguel Roig, Diretor Clínico. “Mesmo com as restrições que enfrentamos nesta pandemia causada pela COVID-19, CONTINUAMOS com o trabalho dos Acompanhantes Terapêuticoss, Como nesta pandemia, não podem acompanhar o dependente a atividades culturais e recreativas, criamos programas de acompanhamento virtual, que tem sido de grande valia, para a organização dos pacientes e a superação das dificuldades apresentadas pela situação atual.”
São funções do Acompanhante Terapêutico:
– motivar a continuidade do tratamento;
- favorecer a interação social saudável;
– favorecer a palavra como elemento de comunicação evitando
atuações;
– atuar como mediador na interação familiar;
– promover qualidade de vida;
– promover a criatividade do paciente;
-facilitar o desenvolvimento de possibilidades e capacidades
com atividades;
– promover hábitos sãos;
– limitar interações interpessoais prejudiciais.
O doutor Pablo Roig destaca a “ valiosa experiência do Professor Eduardo Kalina, que no começo dos anos 70, enfrentando a desorientação social por parte dos jovens, influenciada pelo ‘baby boom’ e herdada da revolta durante a guerra do Vietnã, criou uma instância terapêutica que denominou AMIGO QUALIFICADO.Mas, em razão das características do trabalho, a assimetria de funções, e o fato de ser uma tarefa remunerada, perdia o caráter de amizade, e passou a ser chamada de ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO.”
Para a ressocialização dos dependentes que têm alta na internação, a Clínica Greenwood, mantém há 25 anos um Hospital Dia com o propósito de dar as condições necessárias à ressocialização . “Doentes que durante anos foram formando um ambiente pessoal tóxico, que os isola e deteriora o contato com não usuários. Isto é acompanhado de perda de atividades criativas, produtivas, o desenvolvimento de interesses espúrios e a ruptura de laços familiares. Há uma significativa deturpação de valores e prioridades sendo a droga o centro de suas vidas. Após o período de desintoxicação, a recuperação de fatores psicológicos e neurológicos afetados pela droga, a reconsideração de valores e prioridades e a procura de reorganização familiar, objetivo que procuramos obter durante o período de internação, começa para estes pacientes a difícil tarefa de se reinserirem na sociedade de maneira não tóxica. Devem para tanto observar as regras de prevenção de recaída e começar uma vida pessoal e social com atividades saudáveis, relacionamentos saudáveis, hábitos saudáveis e o abandono das condições tóxicas que fizeram parte de sua vida por muitos anos. Nesta tarefa, o Acompanhante Terapêutico tem papel fundamental, como ponto de referência, continência, coerência, afeto e disciplina, atuando em concordância com a equipe multidisciplinar como um elemento imprescindível.”