“A quem interessa liberar a plantação de maconha? Psiquiatra Pablo Roig sobre a votação “com urgência” na Câmara de projeto que autoriza plantação de maconha no Brasil
“A quem interessa liberar a plantação de maconha? Remédio com canabidiol ainda está sendo pesquisado, sendo desconhecidas, portanto, suas consequências. Psiquiatra Pablo Roig sobre a votação “com urgência” na Câmara Federal de projeto que autoriza plantação de maconha no Brasil O doutor Pablo Roig é Presidente do Conselho Editorial do Instituto Greenwood, fundador e Diretor da Greenwood, clínica referência no tratamento de dependentes de drogas no Brasil na Argentina, nos Estados Unidos e na Espanha. “ “Há mais de 40 anos dedico minha vida à recuperação de adictos e vi os efeitos gravíssimosa curto e longo prazo do uso da maconha.”
COM A PALAVRA, O PSIQUIATRA PABLO ROIG:
“Mais uma tentativa político-econômica com a clara ideologia de favorecer a liberação de mais uma droga psico-socio-neuro-genético-tóxica, através da atitude de um membro do Congresso Nacional, que foi procurar informações na vizinha Colômbia, que por sinal, não se caracteriza por ter sua visão científica a respeito do tema, na vanguarda da ciência. Dá a impressão de que estão se procurando alianças com o argumento de ser a maconha um produto indispensável na farmacopeia global. Novamente o
parecer de profissionais da saúde mental e neurologistas em geral é olimpicamente ignorado e com motivos espúrios pretende-se intoxicar mais a nossa sociedade com um produto claramente destrutivo. Importante destacar que o efeito da maconha tem consequências estruturais gravíssimas, alterando de forma duradoura a eficiência cerebral, aumentando significativamente a incidência de patologias psiquiátricas, como depressão, ansiedade, quadros bipolares e quadros psicóticos. Remédio com canabidiol ainda está sendo pesquisado, sendo desconhecidas, portanto, suas consequências.
Não canso de manifestar minha preocupação com esta irresponsabilidade inconsequente, que pode afetar a nossa sociedade com efeitos já verificados em países que se aventuraram nesta proposta. É só acompanhar os danos provocados em nosso vizinho Uruguai, que sem o menor preparo e através de uma medida proposta por Pepe Mujica, está recolhendo os cacos ocasionados a uma sociedade despreparada.
Não nos enganemos. A maconha não tem efeitos terapêuticos, já
que na sua combustão libera aproximadamente 4000
micropartículas no nosso sistema respiratório, sendo que, salvo
pequenas exceções são altamente tóxicas e só algumas
substâncias podem ser consideradas para o uso terapêutico.
Nada que seja vital para a boa prática da medicina, já que
existem fármacos mais eficientes e com menores consequências
secundarias.
Volto `a minha pergunta: por que tanta movimentação em volta
da maconha? Por que se faz o uso do dinheiro público para obter
sua aprovação? A quem interessa a sua liberação?
O deputado Campos Machado comparou esta proposta com a
novela que utiliza um falso cavalo para conquistar Troia. Nada
mais preciso.
Vamos ouvir a voz da experiência e rejeitar os projetos com
segundas intenções. Há mais de 40 anos dedico minha vida à
recuperação de adictos e vi os efeitos a curto e longo prazo do
uso da maconha. Nada pior e mais limitante que perder o
contato e controle da realidade e este e só um dos efeitos que a
maconha nos propõe com seu uso. Não posso acreditar nas
motivações dos favoráveis à liberação, que defendem sua
ideologia com um fanatismo cego. São as futuras gerações que
estão em jogo com o aumento do poder destrutivo de
substâncias que a sociedade colocaria a disposição. Sabemos que
quanto maior a oferta maior o consumo e maiores também são
as consequências.
VAMOS ABRIR OS OLHOS!!!