Associação Brasileira de Psiquiatria contra o projeto de lei de liberação do plantio de maconha no Brasil
A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), diante da votação para aprovação no Congresso do Projeto de Lei 399/2015, que viabiliza a comercialização de medicamentos que contenham extratos, substratos ou partes da planta Cannabis sativa em sua formulação, se mostra contrária à liberação e alerta para o alto risco dessa ação.
O projeto, que ainda está em tramitação na Câmara dos Deputados, desconsidera evidências científicas de que o uso da Cannabis in natura e seus derivados não garantem efetividade e segurança para os pacientes. Ao admitir, no entanto, a possibilidade de cultivo e de processamento da droga no país, assume-se postura equivocada, ignorando os riscos à saúde pública que decorrem dessa medida.
A ABP ainda destaca que estudos apontaram que a droga aumenta em 3,5 vezes a incidência de desenvolvimento de esquizofrenia e também em cinco vezes as chances de desencadear no usuário transtornos ansiosos, depressão e transtorno bipolar. Reitera-se também que o uso terapêutico da droga ainda está em fase de estudos, portanto, há normas legais no Brasil referentes ao uso experimental de qualquer nova terapêutica, inclusive o eventual uso de derivados da Cannabis.