Drogas, saúde pública e interesses econômicos Artigo do psiquiatra Eduardo Kalina na série “Instituto Greenwood comenta sobre maconha”

Psiquiatra argentino Eduardo Kalina, referência no tratamento de dependentes de drogas, complementa o artigo do doutor Pablo Roig “O lobby da maconha”, publicado nesta quarta-feira no site do Instituto Greenwood. “Interesses econômicos x Saúde Pública” avalia o doutor Kalina, definindo seu artigo como “ comentários complementares ao que escreveu dr. Pablo sobre a legalização da maconha”. Com “uma sábia mensagem publicada há 500 anos , Poderoso Cavaleiro é Don Dinheiro”, o doutor Kalina define as propostas de legalização da maconha.

O doutor Eduardo Kalina participa do Conselho Editorial do Instituto Greenwood, que está publicando em seu site série sobre a maconha.

ESCREVEU O DOUTOR EDUARDO KALINA:

“Como médico com mais de meio século de prática profissional, intentando resgatar pessoas que erraram o caminho, procurando viver um ‘mundo de ilusões’ e foram se destruindo, chegando inclusive a perder suas vidas com o uso e, mais habitualmente, abuso de ‘substâncias psico-neuro-bio-genético-socio-tóxicas’, que é como propomos que devem ser denominadas, para facilitar a sua compreensão à maioria dos seres humanos que procuram meios fáceis de encontrar a felicidade.

Em consequência, oferecer-lhes uma lei que legitime estes objetivos, sem se importar com os danos que ‘substâncias’ como a maconha ocasionam especialmente em nosso cérebro e, tanto mais grave, quanto mais jovem se começa a consumi-las, especialmente as fumadas, significa uma grave claudicação do mais puro sentido da vida: invés de respirar oxigênio e oferecer nutrientes ao nosso cérebro, ministrar-lhe tóxicos neurodegenerativos.

Mas isto significa um grande negócio, como é demonstrado pela prosperidade das indústrias tabaqueiras.

George Soros

Já é “vox populi” que um superbilionário do mundo, como é George Soros, investiu muito neste “negócio da morte”, que é como consideramos que devem denominar-se as indústrias do tabaco.

O tabaco comum está composto por 4000 micropartículas, todas negativas para a saúde do fumante. Mesmo com intensas pesquisas feitas, não se encontrou um única componente que pudesse ser usado como medicamento, já na maconha, puderam-se resgatar canabinoides, como por exemplo o “dronabinol”¹, utilizável como analgésico de segunda eleição, porque existem outros melhores, tanto pelos seus “efeitos terapêuticos” como por terem menores efeitos secundários. Nada espetacular nem revolucionário no campo da medicina.

Mais uma vez, devemos reconhecer a tremenda verdade que sentenciou o Dr. Francisco Gómes de Quevedo Villegas y Santibañes², quando faz mais de 500 anos legou-nos sua sabia mensagem:

“Poderoso Cavaleiro é Don Dinheiro”

Já na França, faz algumas décadas, o Ministro da Indústria, que incluía a alcooleira, ganhou a controvérsia com o Ministro de Saúde Pública: mesmo que a proibição do álcool significasse uma economia muito superior para o erário público que o que oferece a indústria alcooleira, ganhou este último, pela importância que tem este negócio para a nação francesa.

Para o tema que nos ocupa, consideramos que a essência do mesmo è: os interesses económicos estão acima do valor que damos à Saúde Pública, em todo sentido.                                                                                           

¹ O DEA aprovou o fármaco e é indicado nos EUA com o nome comercial de “Marinol”

² 1580-1645

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